sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Noturno

Noite
Tráfego
Vontade de fumar
Inspirar ar
Encher o pulmão do que deus não duvida.

E noite sonho a insônia que transverte
Age no lume de leme
Atravessa vidros copos corpos
Veloz lucidez travessa.

Tráfego
Notívago, sigo na vaga
Constelação minha bússola quando outros instrumentos pifaram
Até se a chuva cair ponto por porto sou eu
Senão sou
Rotas que despontam
Faróis querendo návegos
Serão meus ventos repatriados?
Entre uns e outros poços
Sentado sobre tal petróleo óleo fóssil doutras eras
Eu campônio que ara os palmos de mim.

Noite
Tráfego
Ônibus que interpela transeuntes
Semáforos, neons, confusões, artifícios
Sigo por ai
O semi-árido argumentando os fatos
Fator impulsor
O tráfego.
É noite para nós que não temos mais que passos se fazendo luzes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário