terça-feira, 14 de junho de 2011

Trapalhadas e equívocos no Legislativo de Natal

Com tanta coisa importante para se fazer por Natal, os vereadores municipais no mais da vezes metem os pés pelas mãos, crescem o nariz e as orelhas, e cometem as asneiras mais descabidas. Desta vez foi o vereador Luiz Carlos (PMDB), autor da Resolução 388/11, que engessa e atrofia a programação da TV Câmara Natal, obrigando-a a transmitir basicamente as sessões plenárias dos tão valorosos e tão sábios legisladores natalenses. Obriga os telespectadores a agüentar as chatices e inocuidades das sessões geralmente improdutivas para a cidade. É mesmo de lascar.

A TV Câmara Natal tem hoje uma grade local montada, produzindo programas de jornalismo, cultura e documentários até bem interessantes. Retransmite programas diversos - em sua maioria culturais - da Rede Educativa, e possivelmente, de outras emissoras públicas nacionais. É isso que o vereador Luiz Carlos e seus colegas vereadores estão dispostos a acabar. Cortar o acesso diverso da informação aos cidadãos natalenses. Reduzir a todos à burrice e a peraltice dos fuxiqueiros do dinheiro público.

A cidade não pode calar. A cidade não pode deixar essa baboseira passar. Natal não vai suportar tamanha mesquinharia. Essa ninharia política, que a cada dia se apequena e ocupa as entranhas do Palácio Frei Miguelinho, lugar que já teve mais cidadania. Casa que somente agora com a aterrisssagem dos estudantes e defensores da cidade que protagonizam o #Fora Micarla, volta a ter alguma serventia, ainda que seja um movimento não muito articulado. A cidade reage. A cidade resiste.

Abaixo, o blog solidário, transcreve na íntegra a Nota de Repúdio emitida pelo Comitê de Imprensa da Câmara Municipal de Natal:

O Comitê de Imprensa da Câmara Municipal de Natal vem a público repudiar a Resolução Nº 388 de 25 de maio de 2011, de autoria do vereador Luiz Carlos, do PMDB, aprovada pelo plenário do Legislativo Municipal, que engessa a grade de programação da TV Câmara. Pela nova regra, o canal passa a transmitir basicamente as sessões plenárias, fechando o espaço para os programas produzidos pela equipe de jornalistas da TV Câmara, de caráter informativo e educativo.

Embora este Comitê entenda a emissora como um instrumento cuja função primeira é a de dar transparência aos debates ocorridos no plenário da Câmara Municipal, não se concebe que sua programação se resuma à transmissão e reprise das sessões. No entendimento do Comitê de Imprensa, a grade da TV Câmara deve ser definida exclusivamente pela equipe de profissionais que trabalha na emissora, técnicos especializados e que entendem de Comunicação.

A TV Câmara inaugurada há oito anos, sendo a primeira emissora legislativa da região Nordeste, pode entrar, mais uma vez, para a história de pioneirismo. Mas, infelizmente, desta vez, como a primeira TV a transmitir exclusivamente as sessões plenárias, diferente das demais emissoras do País que têm seguido a tendência de diversificar sua programação. Tendência, inclusive, que vem sendo seguida pela TV Câmara de Natal.

Pela nova regra, a reprise da sessão plenária deve ir ao ar uma hora após o seu término. Nos feriados, sábados e domingos, as sessões deverão ser reprisadas duas vezes pela manhã, à tarde e à noite. Considerando que as sessões plenárias têm duração média de três horas, não restará espaço para outros programas.

O Comitê de Imprensa solicita ao nobre vereador Luiz Carlos e aos seus pares que revejam tal posicionamento sem precedente e que deixem a cargo da equipe de profissionais da TV Câmara, como tem sido até hoje, a administração da sua grade de programação, assim como os jornalistas não legislam e nem determinam o andamento dos trabalhos no plenário desta Casa.

Flávia Urbano
Presidente do Comitê de Imprensa da Câmara Municipal de Natal

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