sexta-feira, 28 de maio de 2010

Poemeu

Mar

Da água sairei
Assarei meu corpo sob o sol
Um novo Netuno
Um Serafim Ponte Grande de walkman nos ouvidos
E a música dirigindo os pés na areia fina.

Encontrando búzios, conchas, coisas acústicas
Musas e sereias e tudo mais que dança nas horas
A luta vil, a luta vã
Trabalho diário dos homens
Corpos misturados com o mar.

Entre a terra e o ar
O mar se faz lar dos desvalidos
Dos corações destemidos
Os serenos lutadores
E amores beira-mar
Horizonte pescador
Lombra que o balanço dá.

De alma lavada levarei comigo o abrigo
Tenda que pousa os amigos
Uns poucos perdidos que no mar encontrei
Alguns que cruzaram a Pérsia
E aqui chegaram pela correnteza
A nobreza de Iemanjá
Rainha mãe d´além mar
Guardiã dos navegantes.

Na praia onde estendo a rede
Relaxo das dores
Relembro os prazeres que às vezes vivi
A rede onde pesco meu pão.

Pedaços de mar
Pedaços de mim
Por fim, estamos distantes
Como o meu amor atlântico nessa avenida oceânica que transa o coração.

Fagulhas da lua alta
O facho que o horizonte sopra
A sopa de siri na mesa posta
O mar que conheci.

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