terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Sobre como não fazer política e jornalismo

Negócios da China

Por Franklin Jorge*

A prefeita Micarla de Sousa condicionou seu apoio ao senador Garibaldi Alves em troca da opinião do jornal Tribuna do Norte, que passaria a elogiar sua calamitosa administração. Uma barganha justa, depreende-se da proposta da inepta alcaidessa natalense. Escrevendo sobre o assunto, cometi um equívoco: troquei o nome do senador pelo do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, por quem Micarla cultiva, como se sabe, um especial afeto… Aos leitores, peço desculpas pelo engano.

A onda, agora, é essa.

No âmbito do governo do estado, a Fundação de Apoio à Pesquisa (Fapern), criou a “bolsa-jabá”, através da qual pretende domesticar as redações, oferecendo em troca um subsídio a jornalistas, ou seja, alugando-os - segundo alguns - a preço vil… O diretor do Novo Jornal, Cassiano Arruda, rechaçou a proposta indecorosa sem pensar duas vezes. E fez o registro em sua coluna.

Isaura queria dar bolsas para jornalistas escreverem sobre tecnologia nos jornais locais. Cassiano apelidou a proposta de “bolsa-jabá” e dispensou a oferta que lembra aquele mau costume que surgiu no rádio, quando os locutores recebiam das gravadores dinheiro para tocar seus artistas contratados em detrimento de outros que não podiam pagar… Pois a esperta presidente da Fapern teve essa brilhante ideia: restaurar, sob a chancela da instituição que preside, uma antiga prática corrupta que vicejou nos primeiros anos do rádio no Brasil.

A propósito, o NJ publica hoje reportagem sobre a venda de bilhetes a turistas e demais pessoas que visitam o Forte dos Reis Magos, nosso principal monumento histórico. Mais uma escândalo para reiterar a degradação desse governo que se despede em clima de liquidação moral e ética. Vale a pena a leitura.

Ainda sobre a Fapern, é notável o seu desapreço ao trabalho intelectual. Em sua luxuosa revista, editada pela jornalista Marize de Castro, os colaboradores não ganham nada, ou seja, trabalham de graça para uma instituição do governo do estado que tem como foco, justamente, o apoio à pesquisa e a valorização do trabalho intelectual.

Caberia aqui uma pergunta à presidente da instituição, professora aposentada Isaura Amélia Rosado Maia: e a editora da revista, também não ganha nada?

Sem comentários.


* Editor de Cultura do Novo Jornal e do site www.franklinjorge.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário