quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Poema de Derek Walcott

Um amor depois de outro

Virá o tempo
em que, exultante,
hás de saudar-te ao chegar
à tua própria porta, em teu espelho,
e cada um sorrirá à saudação do outro,

e dirás, senta aqui. Come.
Amarás novamente o estranho que tu eras.
Oferece vinho. Dá pão. E tua cabeça de volta
a si mesma, ao estranho que toda vida

te amou, que, por causa de outrem,
desconsideras, e que te conhece de cor.
Retira as cartas de amor da estante,

as fotografias, as anotações desesperadas,
descasca tua imagem do espelho.
Senta-te. Refestela-te com tua vida.



*Trad. Sidnei Schneider, 2003,
retradução da versão de Nelson Ascher.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Mais do mesmo

A Fundação José Augusto terá de volta a professora Isaura Rosado, que esperneou para sair da assento e dar o lugar a Crispiniano Neto, do PT, no segundo mandato de governo Wilma de Faria. Na ocasião Isaura foi relocada para a Fapern - fundação de pesquisa do estado.

O nome de Isaura, cunhada da governadora eleita (Rosalba), para a FJA está sendo anunciado na imprensa potiguar, agora com a pomposa denominação de Secretaria Extraodinária de Cultura. A criação da secretaria é um artifício de governo para viabilizar Isaura, evitando a lei do nepotismo.

A tribo cultural natalense que anda ressabiada com os órgãos oficiais de cultura vê a indicação de Isaura com ressalvas. Vamos ver se desta vez a coisa muda.

Leia mais no http://sergiovilar.blogspot.com

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Sem limite é bem mais

Esse negócio de lista dos dez mais eu acho chato demais. Os 10 melhores discos, os 10 melhores livros, 10 melhores filmes, 10 melhores isso, 10 melhores aquilo, os 10 mais num sei o quê. Eu não agüento. Besteira besta. Nunca gostei muito de coisas limitadas. Não gostava nem daquela antiga coleção de vinil, As 14 Mais, que rolava nas lojas de discos e festinhas nos idos anos 70, e era lançada anualmente com os grandes sucessos da época. Quem achar bacana pode ficar à vontade em quantas listas quiser. Não tenho nada a ver com ninguém. Problema meu se gosto da multiplicidade. Só acho meio babaca. Meio pose de intelectual que gosta, ou precisa demonstrar que seu poço cultura, como meio de auto-afirmação social. Haja cult, cut, cu. Um saco.

Poemas de Iracema

A partida da grande dama

Dona Noilde Ramalho, a grande dama da Escola Doméstica de Natal, partiu para o andar de cima. Ela se foi durante um cruzeiro marítimo. Uma morte sobre o oceano. Poética e elegante, digna de uma nobre senhora.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Poema de Natal - Carlos Pena Filho

Poema de Natal

— Sino, claro sino,
tocas para quem?
— Para o Deus menino
que de longe vem.

— Pois se o encontrares
traze-o ao meu amor.
— E que lhe ofereces,
velho pecador?

- Minha fé cansada,
meu vinho, meu pão,
meu silêncio limpo,
minha solidão.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A Dramática Gramática de Gurgel


O poeta Carlos Gurgel está autografando amanhã (terça-feira) o seu projeto, Dramática Gramática, uma profusão de palavras compiladas em livro, cd, DVD, camiseta e pôster. Isso tudo acrescido de mais um aditivo dramático musical.

O também poeta Eduardo Alexandre vai ser o mestre de cerimônias da celebração poética, que terá Carlos Gurgel e os atores Titina Medeiros e César Ferrario. A banda Clara e a Noite faz a música do evento.

Começa às 19 horas, na Trattoria Bella Napoli, da Avenida Hermes da Fonseca, nº 969, no Tirol – nas proximidades AABB. Então fica combinado!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Poema de Álvaro Mutis

Como espadas em desordem

Homenagem mínima a Stéphane Mallarmé

Como espadas em desordem
a luz percorre os campos.
Ilhas de sombras se desfazem
e tentam, em vão, sobreviver mais adiante.
Ali, outra vez, as alcança o fulgor
do meio-dia que ordena suas hostes
e estabelece seus domínios.
O homem nada sabe desses calados combates.
Sua vocação de penumbra, seu costume de esquecimentos,
seus hábitos, enfim, e suas indigências,
negam o prazer dessa festa imprevista
que acontece por caprichoso desígnio
daqueles que, das alturas, lançam os mudos dados
cujo algarismo jamais conheceremos.
Os sábios, no entanto, predicam a conformidade.
Apenas os deuses sabem que esta virtude incerta
é outro intento em vão de abolir o azar.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Mirante de Mãe Guilé


No alto da serra de Martins, o Mirante de Mãe Guilé abre as portas no sábado. Lá, o vivente desfruta de uma vista aberta para as quebradas do sertão do Rio Grande. Aquele mundo bonito, que se espalha até onde à vista alcança.

Lá, o escritor François Silvestre é o mestre-sala. Guardião da natureza que resta. O poeta monta trincheira, mas deixa a cancela aberta para os bem chegados. Aposto que é coisa boa.

Feira familiar


Estão começando hoje, a 1ª Feira Estadual da Agricultura Familiar e da Reforma Agrária e a 2ªI Feira de Economia Feminista e Solidária do RN. As feiras conjugadas acontecem ao redor da Catedral Metropolitana de Natal, na Cidade Alta. A programação vai até sábado.

Durante três dias do evento serão comercializadas hortaliças orgânicas frescas, comidas típicas e outros quitutes derivados de peixes e mariscos; doces, biscoitos, queijo, manteiga da terra, bolos, cocadas, mel de abelha, castanha de caju, artesanato em palha, renda e crochê. O peixe tilápia está disponível em posta, filé e inteiro natural.

Os produtos estarão expostos em estandes e em 115 barracas. São 230 expositores, divididos em 15 grupos sendo, 80 grupos formados somente por mulheres e 35 grupos mistos. Os produtores são oriundos de pequenas propriedades e assentamentos rurais de várias partes do estado.

A idéia dos organizadores é apresentar as potencialidades do Estado a partir de produtos baseados na agricultura familiar, artesanato e agroecologia. A feira também traz à tona o conceito de economia solidária como uma nova proposta frente ao sistema econômico vigente.

Uma economia sem a exploração de mão-de-obra, calçada nos núcleos familiares, uso racional do solo e dos recursos naturais, e que preza pelo respeito ao meio ambiente e ao ser humano. Os eventos são realizados pelo MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário, em parceria com Governo do Estado, Prefeitura e Arquidiocese de Natal e outras instituições governamentais e não-governamentais. Boa idéia!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sai the baixo natal


O Circuito Cultural Baixo de Natal que conjuga uma série de eventos começa nesta quarta-feira (15). A produção independente e original reúne diversos artistas potiguares e vai aberta às 10h no Circo Tropa Trupe, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com uma oficina de Clown ministrada pelo artista Beto Martys.

A programação prossegue com a mesa “Arte e Independência - Novas Formas de Sobrevivência” cujo objetivo é discutir as cansadas políticas culturais para o setor artístico. O debate será acontecer na Casa da Ribeira, a partir das 18h. Logo depois, haverá esquetes como palhaços do Circo Tropa Trupe, Stand Up com Rhiana Negreiros e, às 20h, show com Simona Talma, Clara e a Noite e Los Costeletas Flamejantes, no Buraco da Catita.

Na quinta-feira às 10h, tem a oficina de Clown de Beto Martys no Circo Tropa Trupe. Na parte da tarde, haverá a palestra performance com a professora Naira Ciotti e o tema “Desentendimento sofisticado em palcos pós-estruturados”, às 16h, na Casa da Ribeira. E às 18h, mostra de performances “Bode Arte” no Tecesol, em Pirangi.

A sexta-feira, o Baixo de Natal, retomas as ações às 17h30, com o espetáculo circense de Beto Martys “RecCiclus” no Circo Tropa Trupe. No início da noite, abertura da exposição de artes plásticas, no no Bardallo’s. E à meia-noite haverá o “Corujão do Cinema Potiguar” com a exibição dos filmes “Sangue do Barro”, “Viva o cinema brasileiro”, “O quarto mundo”.

A turma abre a programação do sábado com o espetáculo itinerante: The Baixo de Natal, com direção de Henrique Fontes e Grimário Farias, e texto escrito por Patrício Jr e Carlos Fialho, a concentração para a peça será às 17h, na Rua João Pessoa, no centro da cidade. Mais tarde, às 22h, haverá o Festival Baixo de Música com as bandas Evol, Curta Metragem, Calistoga, Dessituados e Holandês Voador, no Centro Cultural DoSol na Ribeira.

Três espetáculos diferentes vão encerrar a programação do Baixo de Natal. Às 16h, “Cleansed”, do Projeto ES3, no Departamento de Artes da UFRN; às 17h, “Achado não é roubado”, da Tropa Trupe Cia. De Arte, no Circo Tropa Trupe da UFRN; e às 18h, “Serálice? ou Sobre Corvos e Escrivaninhas ou”ALICE” ou Se eu não fosse real (não conseguiria chorar) ou Ninguém te mostrará o caminho”, no Tecesol.

As entradas para toda a programação do Baixo de Natal são gratuitas. Mais informações no blog www.baixodenatal.blogspot.com e no twitter @baixodenatal.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Poema de Lawrence Ferlinghetti

O olho do poeta obsceno vendo...

O olho do poeta obsceno vendo
vê a superfície do mundo redondo
com seus telhados bêbados
e pássaros de pau nos varais
e suas fêmeas e machos feitos de barro
com pernas em fogo e peitos em botão
em camas rolantes
e suas árvores de mistérios
e seus parques de domingos no parque e estátuas sem fala
e seus Estados Unidos
com suas cidades fantasmas e Ilhas Ellis vazias
e sua paisagem surrealista de
pradarias estúpidas
supermercados subúrbios
cemitérios com calefação
e catedrais que protestam
um mundo à prova de beijo um mundo de
tampas de privada e táxis
caubóis de butique e virgens de Las Vegas
índios sem terra e madames loucas por cinema
senadores anti-romanos e conformistas
conformados
e todos os outros fragmentos desbotados
do sonho imigrante real demais
e disperso
entre esse pessoal que toma banho de sol



Tradução: Paulo Leminski

Arte na Praça da Ribeira

O projeto Arte da Praça retorna neste final de ano com mais uma edição no sábado e domingo, na Praça Augusto Severo, no bairro da Ribeira.

A programação reúne exposição de artesanatos, encontro de sebos, apresentações artísticas e praça de alimentação. A programação vai das 10h às 22h, aberta ao público.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Valeria Oliveira canta em Natal e no Rio


A cantora Valéria Oliveira sobe aos palcos natalenses mais uma vez. No dia 18 de dezembro faz show na Casa da Ribeira. Será às 20h, com entrada franca, mediante a distribuição antecipada de ingressos.

Depois Valéria vai cantar no Rio de Janeiro. O show No Ar será apresentado no dia 27 de dezembro, no Sobrado da Lapinha. Muito bem acompanhada pelos músicos Paulo de Oliveira (baixo), Rogério Pitomba (bateria) e Jubileu Filho (guitarra, violão e vocais).

É sempre bom ouvir Valéria Oliveira.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Dezembro Presente hoje na UnP


Será aberta às 19h de hoje, a exposição coletiva de artistas Dezembro Presente, na Unidade II da UnP, que fica na Av. Roberto Freire, no caminho de Ponta Negra. A exposição faz parte das atividades de conclusão da primeira turma do curso de Design.

Participam da exposição 16 artistas potiguares. Gente boa como Adriana Lopes, Sayonara Pinheiro, Mário Rasec, Cláudio Damasceno, Jean Sartief, Candinha Bezerra, Marcelo Gandhi, J. Medeiros, Pedro Ivo, Allan Talma, Ítalo Trindade, Fernando Gurgel, José Frota, Guaraci Gabriel, Osvaldo Oliveira, Civone Medeiros, Selma Bezerra e Erivan Furtado.

A exposição é fruto de uma parceria entre o Centro de Arte e Cultura Contemporânea Casa Vermelha e a Universidade Potiguar.

Canção de Abril na segunda

A poeta Rizolete Fernandes bota nas bancas seu mais novo livro. Chama-se Canção de Abril, e será lançado na próxima segunda-feira (13), às 19h, no Teatro Alberto Maranhão (TAM), na Ribeira.

Segue um poema já editado de Rizolete:

Sem arrodeio

Dispenso esse seu tom dramático
esse arrodeio
para dizer que doravante
tem outro endereço
sua escova de dentes
olho no olho
espero votos
de que logo eu encontre
com quem compartilhe
vinho e café
juro não arremessar pela janela
suas roupas
nem lhe arranhar o rosto
com unhas de arame
e farpas
vou apenas substituir retratos
como soe acontecer
nesses momentos.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Poema de Salgado Maranhão

Corda bamba

o poeta é mercador
traficante de caminhos
que vende raios,
sinfonias
e horizontes.

frugal mercador de eternidades
– porta a porto –
aos quatro cantos do luar
ao mar
ao ar
sob o tempo
e o temporal.

o poeta corre o risco
entre o amor livre
e a palavra.
está sempre atrás do pano
em plena corda bamba
do mistério.

e atravessa submerso as metrópoles
dos olhares
feito um louco solitário
que come fogo.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Poema de Gregory Corso

Nas minhas mãos está minha cidade

Nas mãos está minha cidade, minha lira
E em minhas mãos está a pira
E minha mãe ouve Corelli
Enquanto minhas mãos estão em chamas.

Carnabeco da lama

Violões na Igreja do Galo

A Escola de Música da UFRN está iniciando o projeto Violões da Igreja do Galo, que acontece toda segunda e quarta-feira do mês na Igreja do Galo às 16h30, com entrada franca. O concerto reúne professores e alunos de violão da universidade federal.

A programação começa na próxima quarta-feira (08), às 16h30. O projeto terá a participação dos violonistas João Raone, Alexandre Duarte, Sydney Xavier, Rubens Castro, João Gomes, Daniela Castelo, Barbara Mattiuci, Diego Carvalho, e também dos músicos Julio Cesar (cello), JP (sax e clarinete), Jonathas Feitosa (flauta) e Emille Dantas (canto).

O projeto é uma concepção dos professores João Paulo Araújo e João Raone. Uma boa!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Krystal de 10

O produtor cultural Zé Dias me disse que no pinga-pinga, a cantora Krystal já vai vendendo 10 mil cópias do CD Coisa de Preto. Coisa boa demais.

Carnatal sem boca livre

Governo do Estado e a Prefeitura de Natal recusaram montar os seus camarotes no Carnatal 2010. O governo declinou da idéia considerando o fim da atual gestão e as contas por fechar; enquanto a prefeitura – que anda com o filme meio queimado - achou por bem não gastar mais. Muito embora ambos sejam patrocinadores da festa. Mesmo asssim, parece que chegou a hora do bom senso. As coisas mudam, enfim.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Mais um poemeu

Manequim

Dá um click
Dá um close
Faz a pose.

Manequim
Faz de mim
Passarela.

Dá um take
Rouba a cena
Ganha a tela.

Manequim
Jogo quente
Aquarela.

Rio chapa-quente


Foto: www.ultimosegundo.com.br

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Travessia no mar de Ponta Negra

Os nadadores podem fazer as inscrições para 6ª edição da Travessia em Mar Aberto de Ponta Negra. Os interessados devem procurar a Pousada Mirante, próximo ao Morro do Careca, nas terças e quintas-feiras e fins de semana, sempre das 7h30 às 10h30.

A prova será percurso de três quilômetros, com largada às 8h30 do dia 28, no Morro do Careca. O percurso será sinalizado com bóias e uma salva-vidas do Corpo de Bombeiros e Capitania dos Portos - controle e interdição do tráfego - farão a segurança do local. Outras informações no http://www.ponta-negra.com/blog

Oi Futuro patrocina cultura


Pessoas físicas ou jurídicas podem inscrever projetos culturais de diversas áreas no Programa Oi - Patrocínios Culturais Incentivados 2011, até o dia 13 de dezembro. Os interessados devem se inscrever através do site www.oifuturo.org.br

O processo seletivo está aceitando propostas nas áreas de Artes Visuais, Cinema, Cultura Popular, Dança, Espaços Culturais, música, Patrimônio Cultural, Publicação e Documentação Teatro E Tecnologia e Novas Mídias. A inscrição é gratuita e cada proponente cadastrado pode inscrever quantos projetos desejar.


Fonte: Representação Nodeste/Minc – Boletim

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Quarteto Linha de Passe e Camila Rodrigues hoje no bar do Coelho


O projeto Dois Cantos volta em novembro com shows do quarteto Linha de Passe e a cantora Camila Rodrigues com a banda Na Lua. A apresentação será nesta quinta-feira (18), a partir das 20h, no Bar do Coelho, na Cidade Alta.

Na ocasião, haverá um sorteio cultural de uma camiseta artística, o CD do quarteto Linha de Passe, e o livro A Bossa Nova de Hianto de Almeida, da pesquisadora Leide Câmara.

O quarteto Linha de Passe vem sendo considerado a grande sensação do samba natalense. Na estrada desde 2008, o grupo formado por Ayrton Neto (voz e percussão), Alex Amorim (voz e percussão), João Henrique (voz e cavaquinho) e Stênio Medeiros (voz e violão), canta os sambas de ontem e de hoje, com um sotaque pessoal.

O repertório mistura os clássicos do gênero e as mais belas composições atuais. Assim, o Linha de Passe passeia com naturalidade pelas obras de Nelson Cavaquinho, Cartola, Paulinho da Viola, Chico Buarque de Holanda, Dona Ivone Lara, Noel Rosa, e outras referências do samba brasileiro.

Aliando simplicidade e personalidade nos arranjos musicais, o quarteto Linha de Passe procura também reproduzir no palco o clima de boemia e a poética que envolve a história desse importante gênero da música popular brasileira. No currículo, apresentações no Praia Shopping, Teatro de Cultura Popular, Festival Gastronômico de Pipa e Ribeira das Artes.

A cantora Camila Rodrigues está na estrada há cerca de cinco anos. Estudou canto e teoria na FAL e na Escola de Música da UFRN. Fez parte do Grupo Batucada, ao lado de mais três amigas, em 2008, com várias apresentações na cidade, inclusive na festa do Boi; em 2009, montou a banda Na Luz Choro, Jazz e Cia., ao lado de Phelipe Wagner (violão), Felipe Ricardo (contrabaixo), Maíra Soares (percussão), Bruno César (flauta). O grupo já se apresentou no festival de Viçosa (CE), Jobim, Chopperia Petrópolis, Lá na Carioca e em outros barzinhos da cidade.

Camila também participou do MPBeco fazendo vocais para o Tribunal Zen e Carlinhos Bem e Daniele Oliveira. Para o show no bar do Coelho Camila Rodrigues e a banda Na Lua apresentam um repertório com sambas, bossa nova e mpb, tendo ainda, a participação especial de Dani L.

A produção é de João Barra – Tabus e Totens Produções. A entrada custa R$ 30,00 a mesa e R$ 8,00 a senha individual, que podem ser adquiridas pelo telefones: 84 – 8837.5465/9430.1758 e 9998.9178.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Beba Coca Warhol


A obra “Large Coca-Cola” do artista plástico americano Andy Warhol foi vendida por US$ 35,36 milhões em um leilão de arte contemporânea e pós-guerra da Sotheby’s. As vendas de 54 trabalhos, dos quais cerca de 91% encontraram compradores, acumulou no total US$ 222,4 milhões, superando as expectativas de US$ 214 milhões. Outra obra de Warhol, “Men in her life” com múltiplas imagens de Elizabeth Taylor, atingiu a bagatela de US$ 63,4 milhões na Phillips.
Andy foi o papa da pop-art que explodiu nos anos 60.

Rockstage em Mossoró


Vem ai a 13ª edição do Rockstage, em Mossoró. Será a segunda rodada deste ano, e vai acontecer no dia 04 de dezembro, no Espaço Quintura, região central da cidade.

O evento é tocado pelo Marcondes Paula, grande batalhador do rock mossoroense. Ele destaca o rock pesado do Terra Prima e o Flagelo, e o “heavy folk com fortes influencias do regionalismo nordestino” da banda Cangaço.

Marcondes enfatiza o novo espaço para shows alternativos na cidade. O Quintura está instalado num galpão de antiga oficina, fora da área residencial, onde o volume do som está plenamente liberado e a temperatura. “Finalmente temos um espaço do rock underground”, comemora.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Pratodomundo no Beco da Lama


O Festival Gastronômico do Beco da Lama e Adjacências chega a sua sétima edição nesse ano de 2010. O evento vem aditivado com um número recorde de bares e restaurantes concorrentes. A programação começa no sábado (13) e vai até o dia 27, com muita comida e música na Cidade Alta de Natal.

Da rua São Tomé estão presentes o Bar do Pedrinho, Bar Inverno e Verão, e o Wiskynão Bar e restaurante; do Beco da Lama (rua Dr. José Ivo) estão no circuito os Bares da Meladinha e Encontro dos Boêmios. Tem também o Bar da Nazaré, na rua Coronel Cascudo.

Da rua Vigário Bartolomeu participa o restaurante Seridó; na Gonçalves Ledo tem o Bardallos Rest-bar, sob o comando de Lula Belmont, o restaurante Bamboa e Cidade dos Camarões, mais abaixo da ladeira o Bar Lá na Carioca, da Biba Thompson, que vai ter ainda shows musicais todos os sábados do festival. Presenças já confirmadas dos músicos Edja Alves, Luiz Gadelha, e Simona Talma.

O roteiro prossegue nas Adjacências do Beco, com presença dos restaurantes Comida Caseira, que surpreendeu no ano passado com o prato Culhão de Boi, localizado na rua Coronel Cascudo, entre a Princesa Isabel e a Felipe Camarão.

Na edição de 2010, o estreante é o Bar de Zé Reiera, na rua Profesor Zuza, ao lado do IFRN. Ao contrário do nome, a comida do seu Reiera é de primeira qualidade, segundo dizem os freqüentadores.

O Festival Gastronômico terá ainda um palco armado com atrações musicais que formam um mosaico de ritmos e sons. No sábado próximo, temo Som da catita – Choro e Gafieira, e também da Dona Edite de Pium a partir da 17 horas.

No sábado, dia 20, a atração cultural do Pratomundo serão o mestre Severino da Vila de Ponta Negra fazendo um coco de primeira linha, e a banda Nordestenato. Nesse dia também se comemora, o Dia da Consciência Negra. Salve Zumbi!

Encerrando o festival no dia 27, shows com mMguinho da Silva e a banda Du Souto com o show “O pior q’isso tudo não é ficção”; e fechando a programação a Orquestra Boca Seca.

Este ano a arte do cartaz do Pratodomundo ficou por conta do artista plástico Tiago Vicente. O 7º Pratodomundo tem o apoio do Sebrae, Governo do Estado, Fundaçao José Augusto, Freela e Gráfica Offset. A realização fica por conta da SAMBA – Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Eco-nordeste na ufrn

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), através da COMÍDIA, realiza o 1˚ Encontro de Comunicação Organizacional do Nordeste - ECO-Nordeste, nos dias 16 e 17 de novembro de 2010, no auditório da Biblioteca Central Zila Mamede, no campus central da UFRN, em Natal-RN. o tema central é Conceitos, linguagens e estratégias.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Poema de Carlos Pena Filho

As dádivas do amantes

Deu-lhe a mais limpa manhã
Que o tempo ousara inventar.
Deu-lhe até a palavra lã,
E mais não podia dar.

Deu-lhe o azul que o céu possuía
Deu-lhe o verde da ramagem,
Deu-lhe o sol do meio dia
E uma colina selvagem.

Deu-lhe a lembrança passada
E a que ainda estava por vir,
Deu-lhe a bruma dissipada
Que conseguira reunir.

Deu-lhe o exato momento
Em que uma rosa floriu
Nascida do próprio vento;
Ela ainda mais exigiu.

Deu-lhe uns restos de luar
E um amanhecer violento
Que ardia dentro do mar.
Deu-lhe o frio esquecimento
E mais não podia dar.

Seresteiro da noite


O cantor Amado Batista se apresenta hoje no Boulevard, em Nova Parmirim. Faz o show Meu Louco Amor. Amado é um dos ícones do romantismo brasileiro e está em cartaz há 35 anos. Brega do bom.

Campanha vazia

Por Walter Hupsel - Yahoo Noticias!

A campanha eleitoral acaba hoje, e foi uma das mais baixas e vazias que já vi. Os grandes e importantes temas deram lugar à discussão moral com os candidatos renegando suas histórias para agradar a uma certa parcela do eleitorado. Já vai tarde.


PS: O blog concorda plenamente.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Poemeu

A socialista

Ela carrega na mão
Olga, de Fernando Morais.

Na bolsa, um
adesivo do partido.

Na cabeça, pulsantes
idéias da militância.

Politizada, a socialista
quando relaxa é uma delícia.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Maconha nas urnas

Na Califórnia (EUA) os eleitores vão decidir em plebiscito na próxima semana, se o uso, cultivo e venda de maconha por maiores de 21 anos devem ser legalizados.

A proposta é críticada pelo México, Colômbia e também pelo governo federal norte-americano, mas o estado californiano acredita que a legalização será um golpe no
narcotráfico, com o aumento a arrecadação com a cobrança de impostos (elevados) sobre o produto, além de proporcionar maior controle social entre os usuários da erva.

Rua da Conceição


Cidade Alta - Natal-RN;

Pouca essência

Como são pobres de idéias os candidatos à presidência da República. Os debates mostraram isso. Dilma e Serra foram de uma mesmice imensa. Pobre Brasil.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Portalegre rural


Casa de taipa na mata de Portalegre - RN

Jogo estranho

Por Fernando de Barros e Silva
FSP

SÃO PAULO – Este foi um segundo turno estranho. Digo “foi” porque há a sensação de que, além de estranho, já acabou. Por exaustão. Por carência de ideias. Por excesso de chatice. Pelas falsas polêmicas…

Acabou, antes de mais nada, porque Dilma Rousseff deve ser eleita no domingo, a não ser que José Serra produza em cinco dias o milagre que não foi capaz de fazer desde que se lançou, em abril.

Tem-se, hoje, a impressão de que o tucano não encontrou o tom da campanha e esgotou suas armas. Quais foram elas? Um capacete na cabeça e um crucifixo na mão.

A insistência no tema do aborto, com o trololó religioso que durou semanas, e a valorização estridente da agressão de que foi vítima no Rio são sintomas de um candidato sem foco, desesperadamente em busca de algo em que se agarrar.

Só isso explica, também, o acesso populista do tucano austero, que promete elevar o salário mínimo a R$ 600, aumentar em 10% o valor da aposentadoria e pagar 13º para os beneficiários do Bolsa Família. Serra quis parecer o Lula do Lula.

Mobilizando a agenda conservadora ou mimetizando a pauta petista, o tucano apostou sempre e tão somente em si mesmo, na sua capacidade de fazer, mandar, decidir.

Pode soar estranho, porque se trata de um personagem doente de tão racional, mas Serra é um candidato com forte traço messiânico.

Mas o que ou quem ele quer salvar? Os pobres? A democracia? Os valores da família? A nossa fé? Apesar de ser mais aparelhado do que sua adversária, o tucano se desvirtuou no processo eleitoral, sem, no entanto, conseguir romper o encanto do lulismo nem propor uma discussão séria do país, que fosse além da sua obsessão pessoal.

Parece mais fácil (é essa a inclinação da maioria) atribuir a provável derrota tucana aos “erros” do candidato, e não às dificuldades objetivas de enfrentar a escolhida de Lula na conjuntura atual. Serra colaborou para que as pessoas cometessem essa injustiça com ele.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

OAB repudia mordaça à imprensa

Da Agência Brasil

A iniciativa de estados de propor a criação de conselhos de comunicação para regulamentar a atuação da mídia foi criticada hoje (25) pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O presidente nacional da entidade, Ophir Cavalcante, disse que a decisão contraria a Constituição. Segundo ele, é uma forma de limitar a liberdade de imprensa no país.

O Ceará foi o primeiro estado a tomar a iniciativa. Na semana passada, a Assembleia Legislativa cearense aprovou a criação de um conselho, vinculado à Casa Civil, com a função de “orientar”, “fiscalizar”, “monitorar” e “produzir relatórios” sobre a atividade dos meios de comunicação, em suas diversas modalidades. A Bahia, o Piauí, Alagoas e São Paulo também estudam a proposta.

A criação dos conselhos foi uma recomendação da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que ocorreu no final de 2009. Para os defensores da proposta, os conselhos funcionarão para impedir que ocorra manipulação de setores econômicos e que a sociedade seja prejudicada.

“Não podemos tolerar iniciativas que, ainda que de forma disfarçada, tenham como objetivo restringir a liberdade de imprensa. A OAB vai ter um papel crítico e ativo no sentido de ajuizar ações diretas de inconstitucionalidade contra a criação desses conselhos”, afirmou Ophir.

Para OAB, a criação de conselhos estaduais é um fato “extremamente preocupante”. “Isso aparenta ser um movimento concertado entre vários líderes políticos com o intuito de restringir o papel da imprensa”, disse Ophir.

Em Alagoas, há uma proposta em análise que transforma o conselho consultivo em deliberativo. No Piauí, existe a ideia de instituir o órgão para acompanhar o cumprimento das regras de radiodifusão. Na Bahia, o objetivo é vincular o conselho à Secretaria de Comunicação Social do Estado. Em São Paulo, está em tramitação uma proposta semelhante à aprovada no Ceará.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Poema de John Donne

A Proibição

Tem cuidado ao amar-me.
Pelo menos, lembra-te que to proibi.
Não que restaure o meu pródigo desperdício
De alento e sangue, com teus suspiros e lágrimas,
Tornando-me para ti o que foste para mim,
Mas tão grande prazer desgasta a nossa vida duma vez.
Para evitar que teu amor por minha morte seja frustrado,
Se me amas, tem cuidado ao amar-me.

Tem cuidado ao odiar-me,
E com os excessos do triunfo na vitória,
Ou tornar-me-ei o meu próprio executor,
E do ódio com igual ódio me vingarei.
Mas tu perderás a pose do conquistador,
Se eu, a tua conquista, perecer pelo teu ódio:
Então, para evitar que, reduzido a nada, eu te diminua,
Se tu me odeias, tem cuidado ao odiar-me.

Contudo, ama-me e odeia-me também.
Assim os extremos não farão o trabalho um do outro:
Ama-me, para que possa morrer do modo mais doce;
Odeia-me, pois teu amor é excessivo para mim;
Ou deixa que ambos, eles e não eu, se corrompam
Para que, vivo, eu seja teu palco e não teu triunfo.
Então, para que o teu amor, ódio, e a mim, não destruas,
Oh, deixa-me viver, mas ama-me e odeia-me também.


*Do livro: Poemas Eróticos
Tradução de Helena Barbas

Jornalistas não

A candidata a presidência da República, Dilma Roussef (PT), através de sua asessoria, vetou a participação de jornalistas fazendo perguntas nos próximos debates. Ao que parece, a presença dos jornalistas em recente debate na Rede TV incomodou a candidata governista.

Pelo andor da carruagem fica a dúvida quanto ao futuro da liberdade de expressão.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sertão potiguar


Jucurutu - Seridó.

A miséria do crack

As investigações policiais apontam que o jornalista F.Gomes foi assassinado a mando do comando do tráfico de drogas em Caicó. O mote do crime teria sido a denúncia da compra de votos por crack nas eleições deste ano.

F.Gomes era um dos mais conceituados repórteres policiais desta velha taba potiguar. Homem correto. Vai fazer falta!

Prêmio de Jornalismo da FIERN

Estão abertas, até o dia 25 de novembro, as inscrições para o Prêmio Fiern de Jornalismo 2010, que este ano tem como tema: A indústria e o d esenvolvimento econômico do RN. As inscrições podem ser feitas no site www.fiern.org.br, onde consta o regulamento. Serão distribuídos R$ 35 mil em prêmios em seis modalidades: Jornalismo Impresso, Radiojornalismo, Telejornalismo, Fotojornalismo e Jornalismo On-line, além da categoria Especial Estudante, que é a grande novidade do prêmio.

A Biblioteca de Caicó na Feira do Livro


O escritor Moacy Cirne lança hoje o livro A Biblioteca de Caicó - ensaios sobre vanguarda, semiologia e cultura de massa, pela editora Sebo Vermelho. A edição em fac-símile resgata a obra publicada originalmente na década de 80, onde o autor discute a produção e estética cultural sob um olhar crítico. O lançamento faz parte da programação da Feira do Livro do Serídó, que começa hoje e vai até sábado na cidade de Caicó.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Açude de Lucrécia

Modulando as artes plásticas

A Funcarte, através do Núcleo de Qualificação e Empreendedorismo Cultural, em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), de Pernambuco, promovem o curso introdutório de artes plásticas. Será de19 e 22 de outubro no auditório da Funcarte. O módulo tem o tema "Tudo o que você gostaria de conversar sobre arte contemporânea e não teve a quem perguntar''.

As inscrições para o curso acontecem até o dia 19 de outubro e devem ser feitas através do email nucleodequalificacao@hotmail.com. Os interessados devem enviar nome completo e telefone para contato. As aulas acontecem entre os dias 19 e 22 de outubro, no auditório da Funcarte das 14h às 18h. Será cobrada uma taxa de R$ 10.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Pretextos de Falves Silva


O artista multimídia Falves Silva botou nas ruas o livro PreTextos, uma edição bem acabada e original, reunindo poemas, colagens, e outras montagens cuidadosas em papel especial. A tiragem é limitada.

Os exemplares podem ser adquiridos diretamente com o artista, que aos sábados está sempre circulando pela cidade alta. A edição tem o apoio da Oficina Gráfica do Sebo Vermelho.

Falves é um dos papas do movimento Poema Processo. Está na ativa desde os anos 60. Falves Silva, um dinossauro desse Rio Grande!

Sem medo do passado

Por Fernando Henrique Cardoso, ex-Presidente da República.


O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária, distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos. Por trás dessas bravatas está o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. Houve quem dissesse “o Estado sou eu”. Lula dirá, o Brasil sou eu! Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.

Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?

A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita honra para um pobre marquês…). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições. Como desconstruir o inimigo? Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.

Na campanha haverá um mote – o governo do PSDB foi “neoliberal” – e dois alvos principais: a privatização das estatais e a suposta inação na área social. Os dados dizem outra coisa. Mas os dados, ora os dados… O que conta é repetir a versão conveniente. Há três semanas Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobras, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal. Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e, junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e recuperados para a execução de políticas de Estado.

Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao país. Esqueceu-se dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares; do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal; de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que deu depois de privatizada; de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e desenvolvimento no país.

Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de “bravata” do PT e dele próprio. Esqueceu-se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando fomos obrigados a pedir socorro ao FMI – com aval de Lula, diga-se – para que houvesse um colchão de reservas no início do governo seguinte. Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados, mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores.

Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto “neoliberalismo” peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista. Vejam o que disse o atual presidente do partido, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010. “Se eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando foi quebrado o monopólio, a Petrobras produzia 600 mil barris por dia e tinha 6 milhões de barris de reservas. Dez anos depois, produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes é bem diferente da idealização que a gente faz dela”.

O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a economia. Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo. De 1995 a 2002, houve um aumento real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real.

Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa-Família), vendidos como uma exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito Federal, estenderam-se para Estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo. O Bolsa-Escola atingiu cerca de 5 milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras 6 milhões, já com o nome de Bolsa-Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.

É mentira, portanto, dizer que o PSDB “não olhou para o social”. Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da Aids tornou-se referência mundial; viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família, pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa “Toda Criança na Escola” trouxe para o Ensino Fundamental quase 100% das crianças de sete a 14 anos. Foi também no governo do PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de 3 milhões de idosos e deficientes (em 1996, eram apenas 300 mil).

Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Poema de Orides Fontela

Desafio

Contra as flores que vivo
contra os limites
contra a aparência a atenção pura
constrói um campo sem mais jardim
que a essência.

Faltando simancol

Foda é ser chamado de bundão e ainda balançar o rabo.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Política bem humorada

O que é Politica?

Joãozinho tem de fazer um trabalho de aula e pergunta ao pai se acaso poderia fazer uma pergunta:
- Claro que sim, meu filho.
- Papai, o que é política?
- Bem meu filho, a política envolve uma série de fatores, como o poder econômico, a classe trabalhadora, o governo, o povo e o futuro do país. Entendeu?
- - Não muito bem.
- Ok. vou dar o exemplo aqui de casa:
- Sou eu quem traz o dinheiro aqui pra dentro, portanto sou o poder econômico. A sua mãe é quem administra, gasta o dinheiro e portanto ela é o governo. Nós somos quem suprimos suas necessidades, portanto você é o povo. Seu irmão menor é o futuro do país. E a Zefinha, sua babá, é a classe trabalhadora. Entendeu???
- Acho que sim.
A noite, acordado pelo choro de seu irmão mais novo, levanta e vai até seu quarto e percebe que sua fralda estava suja e toda emporcalhada. Vai até o quarto dos pais e vê que a mãe dormia em um sono pesado. Vai ao quarto da babá, bate na porta e ninguém escuta, espia pelo buraco da fechadura e vê seu pai na cama com ela. O menino volta ao seu quarto e dorme.
Logo pela manhã, diz ao pai que entendeu o que é política:
- Ótimo meu filho, então me explica.
- Bem, enquanto o poder econômico fode com a classe trabalhadora, o governo dorme um sono pesado, o povo é ignorado e o futuro do país fica na merda.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Feijoada carioca

clique na imagem para ampliar

Cultura judaica

Acontece no dia 11 de outubro o II Encontro de Cultura Judaica do Rio Grande do Norte, evento que terá como tema: A presença judaica na formação do Nordeste Brasileiro.O encontro acontecerá no auditório B/CCHLA/UFRN, numa realização da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/CCHLA com apoio do Centro Israelita do RN (CIRN) e o Grupo de Estudos Judaicos de Natal.

Segundo os organizadores, a intenção é fazer um levantamento histórico cultural das raízes judaicas do Nordeste brasileiro, com especial enfoque no Estado do Rio Grande do Norte; divulgar trabalhos científicos, artísticos e culturais já realizados com o tema; fomentar o diálogo étnico-cultural, a tolerância e o respeito à diversidade cultural. A palestra de abertura será proferida por Anita Novinsky, coordenadora do Laboratório de Estudos da Intolerância da USP.

Mais informações http://www.cchla.ufrn.br/juas/

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Tempo nulo

Por François Silvestre

Que miserável tempo é esse? Que não se respeita o direito ao não. Que se justifica voto e adesão sob a bengala do menor mal. De quem se acha no direito de escolher e impor o que é o menor mal. Não venho de tempo sereno, não venho de tempo sensato. Venho do tempo da liberdade cobrada com sangue. Guardando nas ventas o cheiro de carne podre, nas paredes de corredores escuros onde se derramava a placenta da violência nascida e a liberdade era apenas um amontoado de rugas. Não posso ser sereno. Não me foi dada a herança da sensatez . Eu quero a utopia. Eu quero o delírio. É meu direito de querer. Não chamo ninguém pra vir comigo. Vou só. A minha solidão tem o topete de não se iludir com a fantasia da esmola. O meu voto vale pouco, porque a democracia onde ele reside não vale nada. Não troco a liberdade que ganhei às custas dos restos mortais de companheiros que se perderam na sua grandiosidade, pela liberdade que me oferecem ao preço da minha pequenez. Quero a utopia. Quero o delírio. Alguém aí os tem para oferecer? Se não, me deixem em paz. Ou não me ofereçam lições que não pedi. Basta-me a companhia de Zé Régio. Não sei pra onde vou…não sei pra onde vou…Sei que não vou por aí.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Poema de Cecilia Meireles

Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...

Pneu com amor


"Spread your love" (Espalhe seu amor), é o projeto do iraniano Hamed Kohan, finalista do Seoul Cycle Design Competition 2010.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Elefante com passo de tartaruga

Coisas do Rio Grande. O Festival Agosto de Teatro vai acontecer em Outubro, em Natal. A segunda edição do evento será de 9 a 16, com 27 projetos teatrais e oficinas de cultura. Na abertura o espetáculo “Agreste”, da companhia Razões Inversas, ganhador dos prêmios APCA e Shell.
Como diz aquele provérbio, antes tarde do que nunca.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Dois Cantos no TCP


Duas cantoras unidas pelo amor à música. A mineira Mazé Pinheiro e a natalense Dani-L Oliveira fazem nesta quinta-feira (30), o show Dois Cantos - Viagem pelo cancioneiro brasileiro. O espetáculo começa às 20h, no TCP (Teatro de Cultura Popular) – anexo da FJA, na Rua Jundiaí, Tirol. Os ingressos custam R$ 12,00 inteira, e R$ 6,00 meia-entrada.

Mineira de Nova Lima e residindo em Natal há cerca de três anos, Mazé Pinheiro traz na bagagem uma vasta experiência musical. Tem dois CDs gravados, o primeiro solo, Nascente, e Sertão e Mar, ao lado do compositor Vidal França, além de participação em discos de outros compositores, como Dércio Marques, João Bá e Kátia Teixeira, grandes expoentes da música regional brasileira.

Para o show, ela preparou um repertório especial com músicas do disco Nascente, como Facho de Fogo (Vidal França), Quiquiô (Geraldo Espíndola), e Engenho de Flores (Josias Sobrinho) - gravada também por Diana Pequeno, além de compositores potiguares como Antonio Ronaldo e João Barra.

A cantora Dani-L Oliveira é nome novo na música potiguar. Sua estréia no cenário musical aconteceu no festival MPBeco de 2009, defendendo a música: Tião Mariano. Participou ainda do projeto Árvore do Livro, iniciativa da FM Solidariedade de Macau. Para o show Dois Cantos interpreta compositores nordestinos como Ednardo, Jessier Quirino, Geraldo Azevedo, Cátia de França, João Barra e Antônio Ronaldo.

As cantoras serão acompanhadas pelos músicos Batista Araújo: violões e arranjos; Sérgio Mendonça: baixo e viola de 12 cordas; Flávia Seabra: Flauta; Jailton Torres: Percussão. Com participação especial de Fidja Novaes, percussão; e Camila Rodrigues, vocais. A produção é da Tabus & Totens. Informações no telefone: 9430.1758/8837.5465

Um radialista em apuros

Do radialista mossoroense José Antônio, falando da condenação em processo movido pela senadora Rosalba Ciarlini (DEM) que o acusa de ter ataque à honra em programa radiofônico:

"Desse dia em diante, a doutora Rosalba tem se valido do seu status para me prejudicar financeiramente. Todo mundo sabe da minha vida, das pensões que tenho para pagar e do esforço que faço para manter minhas contas em dia."


Zé Antônio é conhecido na cidade pelo gogó afiado e uma ruma de filhos de matrizes diferentes, agora faz campanha para arrecadar o dinheiro e pagar a condenação.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Poema de Pablo Neruda



Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale, mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.


* Poeta chileno.

FInal do MPBeco

O Festival MPBeco faz grande final da quinta edição neste sábado (25). A programação começa as 18 horas, na Praça 7 de Setembro – Centro Histórico de Natal. 10 músicas foram classificadas.

Serão concedidos seis prêmios:
Prêmio Nazir Canan – 1º lugar – 3.200,00
Prêmio Newton Navarro – 2º lugar – R$ 2.600,00
Prêmio Celso da Silveira – 3º lugar – R$ 2.000,00
Prêmio Elino Julião – voto popular – R$ 2.200,00
Prêmio Bosco Lopes - melhor intérprete – R$ 1.500,00
Prêmio Maestro Mainha - melhor arranjo – R$ 1.500,00

Um agrado ao rei e aos plebeus


Capa dupla do Jornal Extra, de hoje. Uma crítica inteligente ao nosso presidente Luís Inácio I.

Pega leve que hoje é sexta


Charge de Laércio Eugênio (jornal Gazeta do Oeste - Mossoró)

Henrique joga nas três

Deu manchete do Jornal de Hoje, no dia 24/09/2010.

"Presidente estadual do PMDB (deputado federal Henrique Alves) declarou apoio informal à reeleição de Iberê, participa de comício com o vice dos Democratas (deputado Robinson Faria) e pede votos na região do Seridó para eleger Carlos Eduardo.”

Tudo muito natural se Iberê (PSB), Rosalba (DEM) e Carlos Eduardo (PDT) não disputassem o mesmo cargo de governador do Rio Grande do Norte. Quer dizer, o deputado Henrique joga nas três, como se diz no popular. Para onde pender quer ficar por cima. Mais fiel a governo somente o deputado estadual Raimundo Fernandes (PMN) e o Diário Oficial do Estado.

Isso é que é coerência ideológica!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Cancioneiro popular

Marina morena, Marina você se pintou. (Dorival Caymmi)

Leno grava show ao vivo


Hoje também tem o o show "Leno ao Vivo” a partir das 20h, no Centro e Convenções de Natal. O cantor Leno - um dos expoentes da Jovem Guarda – será acompanhado por uma Big Band para a gravação do primeiro DVD Solo. No repertório os grandes sucessos da Jovem Guarda e músicas recentes e outras inéditas, uma delas em parceria com Raul Seixas, que foi censurada pelo regime de ditadura na década de 70.

Saúde brasileira

De dependesse da compra bem faturada do remédio Tamiflu pelo governo federal no ano passado; e com 75% desse remédio estocado há quase dois anos para combater a pandemia da gripe asiática, que graças a deus já passou, a população brasileira tava fu...

Pinturas de Enoch Domingos

O artista Enoch Domingos abre hoje a exposição O Jardim das Borboletas, a partir das 19h, na Galeria Convi'vart, do Centro de Conivência da UFRN. A mostra tem a curadoria de Vicente Vitoriano e apoio do Núcleo de Arte e Cultura (NAC/Ufrn).

A visitação vai até o dia 22 de outubro, de segunda a sexta-feira, no horário das 9 às 17 horas. Enoch também é músico, poeta e escritor com longa trajetória na cultura potiguar. Uma boa opção.

Defesa da democracia

Um grupo de personalidades de diferentes setores - entre eles juristas, intelectuais e artistas - decidiu lançar um “Manifesto em Defesa da Democracia”, cuja meta é “brecar a marcha para o autoritarismo”. Reproduzimos o documento, assinando absoluto apoio:


"Manifesto em Defesa da Democracia”

Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano.

Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.

Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.

É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais.

É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.

É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle.

É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade.

É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há "depois do expediente" para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura. Ele não vê no "outro" um adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia , mas um inimigo que tem de ser eliminado.

"É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses.

É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.

É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.

Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo.

Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade.

Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos.




*Entre em contato pelo e-mail: manifestoemdefesadademocracia@gmail.com

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Fernando Noronha toca blues


Na quinta tem blues com o guitarrista gaúcho Fernando Noronha & Black Soul. O show faz parte do projeto Oi Blues by Night, em Ponta Negra. Marcado para o espaço do Sgt. Pepper's (a bar fechou de sopapo). A noite abre com a Banda Eu, Edu e os Caras.

O despejo dos defuntos

Pois não é que a prefeitura de Baía Formosa vendeu o cemitério e despejou os defuntos. Sossego, nem na morte.
Que situação!


Na semana passada os restos mortais foram levados para outro cemitério, pois os portugueses compradores queriam a desocupação do lugar. Assim a história da civilização nordestina vai sendo apagada, e ninguém acha nada.


*A tradição oral conta que o cemitério da Praia de Santa Cruz das Areias foi construído no Século 17 - por volta de 1631, época da fundação da vila dos pescadores, numa área de dunas, próximo do mar. Ficava fora do povoado. Era preciso esperar que a maré baixasse para a passagem dos cortejos. Funcionou até 1980.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Reação aos ataques à imprensa

Lucas de Abreu Maia - O Estado de S.Paulo

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcanti, definiu ontem como "um desserviço à Constituição e ao Brasil" as críticas feitas à imprensa pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no sábado, durante comício eleitoral de sua candidata, Dilma Rousseff, em Campinas. Além da OAB, várias outras entidades de defesa da liberdade de imprensa se manifestaram contra o discurso feito pelo presidente.

Segundo o presidente da OAB, a atitude de Lula "demonstra uma certa intolerância com um princípio constitucional que é vital para o fortalecimento da democracia: a liberdade de expressão". E prosseguiu: "Quando o líder maior da nação se coloca contra a liberdade de imprensa, isso é um desserviço à Constituição e ao Brasil".

Lula havia dito, no comício, que alguns jornais e revistas se comportam como partido político. "Outra vez nós vamos derrotar nossos adversários tucanos, vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem um partido político", declarou. Irritado com recentes reportagens a respeito de tráfico de influência e irregularidades praticadas por funcionários ligados à Casa Civil, o presidente foi adiante: "Essa gente (imprensa e tucanos) não me tolera." As reportagens, segundo ele, são intolerância, ódio e mentira. "Existe uma revista que não lembro o nome dela (sic). Ela destila ódio e mentira."

Na avaliação de Lula, "eles não se conformam que o pobre não aceita mais o tal do formador de opinião pública". E definiu: "Nós somos a opinião pública e nós mesmos nos formamos". Em seu entender, "se o dono do jornal lesse seu jornal ou o dono da revista lesse sua revista, eles ficariam com vergonha do que estão escrevendo."

Para Cavalcante, porém, "a imprensa brasileira vem formulando denúncias a partir de fatos". Trata-se de "denúncias sérias, denúncias que precisam efetivamente de apuração e de um retorno por parte do Estado brasileiro", completou o presidente da OAB. "A democracia livre tem imprensa livre. O governante pode até não gostar das críticas que são feitas, mas cabe a ele - é seu dever constitucional- apurar e conviver com esse tipo de crítica que é algo extremamente normal. Até porque, quando ele (Lula) estava na oposição, também fazia críticas aos governos existentes, e tenho certeza de que as críticas que ele fez, ou que o partido dele fez, naquele momento foram importantes para o fortalecimento da democracia."

Desconhecimento - A Associação Nacional dos Jornais (ANJ), por sua vez, divulgou nota (íntegra abaixo) em que reage também às palavras de Lula. "É lamentável e preocupante que o presidente da República se aproxime do final de seu segundo mandato manifestando desconhecimento em relação ao papel da imprensa nas sociedades democráticas", afirma o texto, ressaltando que esta não é a primeira vez em que Lula faz tal tipo de crítica. Segundo lembra a ANJ, o papel da imprensa "é o de levar à sociedade toda informação, opinião e crítica que contribua para as opções informadas dos cidadãos, mesmo aquelas que desagradem os governantes". O presidente, recorda a nota, "jamais criticou o trabalho jornalístico quando as informações tinham implicações negativas para seus opositores".

O diretor de assuntos legais da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Rodolfo Machado Moura, considerou "infelizes" as afirmações. "O presidente Lula já demonstrou, por diversas vezes, um apreço pela imprensa, e a gente acredita que essas declarações não reflitam efetivamente o pensamento dele, mas que repercutem o momento conturbado que vive a política e a proximidade do processo eleitoral", afirmou.

Para Machado Moura, no entanto, a frequência com a qual o presidente tem feito as críticas "tem uma carga de preocupação". As entidades representativas da liberdade de imprensa "têm de ficar sempre atentas, porque esta luta pela liberdade de expressão é constante".

ÍNTEGRA DA NOTA DA ANJ

É lamentável e preocupante que o Presidente da República se aproxime do final de seu segundo mandato manifestando desconhecimento em relação ao papel da imprensa nas sociedades democráticas. Mais uma vez, provavelmente levado pelo calor de um comício, o presidente Lula afirmou neste sábado, em Campinas, que “vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partido político”, dizendo, em seguida, ainda referindo-se à imprensa, que “essa gente não me tolera”.

É lamentável que o chefe de Estado tenha esquecido suas próprias palavras, pronunciadas no Palácio do Planalto, no dia 3 de maio de 2006, ao assinar a declaração de Chapultepec (um documento hemisférico de compromisso com a liberdade de imprensa). Na ocasião, ele declarou textualmente: “... eu devo à liberdade de imprensa do meu país o fato de termos conseguido, em 20 anos, chegar à Presidência da República do Brasil. Perdi três eleições. Eu duvido que tenha um empresário de imprensa que, em algum momento, tenha me visto fazer uma reclamação ou culpando alguém porque eu perdi as eleições.”

O papel da imprensa, convém recordar, é o de levar à sociedade toda informação, opinião e crítica que contribua para as opções informadas dos cidadãos, mesmo aquelas que desagradem os governantes. Convém lembrar também que ele jamais criticou o trabalho jornalístico quando as informações tinham implicações negativas para seus opositores.

20 de setembro de 2010
Associação Nacional de Jornais

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

História mal contada

Por Xico Graziano*
Jornal Folha de S. Paulo


O presidente Lula tenta deformar a história. Insiste em afirmar que o Brasil foi descoberto em 2003. Seu proselitismo é equivocado, egocêntrico, imoral e injusto. Muita luta e trabalho coletivo, pessoas importantes ou gente comum, ajudaram a erigir o país.

Lula venceu as eleições em 2002 e, inebriado pelo poder, desatou a esconder do povo certas verdades que o incomodam. Sua maior birra recai sobre Fernando Henrique Cardoso, a quem trata como vilão da história.

Jamais Lula reconheceu que o sucesso de seu governo se embasa nas políticas estruturantes comandadas por FHC. Atacou, de cara, o que denominou de "herança maldita". Mal assumiu o governo, porém, passou a "pentear" os programas existentes, mudando-lhes o nome.

Trocou o Luz do Campo pelo Luz para Todos, iluminando a roça e escurecendo a verdade. Juntou o Bolsa Alimentação e o Bolsa Escola no Bolsa Família, expandindo-o. Ele, que havia um dia chamado os programas de transferência de renda de "esmola de pobre", mudara de opinião. Que bom.

Manteve o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), mas desatou maldosamente a instigar pequenos agricultores contra grandes fazendeiros, instaurando a cizânia sob a qual reina desde os tempos de São Bernardo do Campo -um afago aqui, um boné ali.

Sua candidata acaba de receber o apoio de usineiros. Mas o discurso oficial diz que José Serra não gosta da agricultura familiar. História mal contada. Os filósofos da ciência há muito questionam a relação entre história e verdade.

Será possível a objetividade na ciência histórica? A resposta continua complexa. Nós sabemos que a história se escreve pelas mãos daqueles que a dominam. As guerras territoriais sempre enalteceram os conquistadores.

No faroeste norte americano, os índios viraram bandidos. A permanecer, que história o lulismo contará nos livros escolares? Dirá que o PT se opôs às medidas saneadoras da economia, a começar do Plano Real?

Haverá coragem para assumir que lutaram contra a Lei de Responsabilidade Fiscal? Que privatizaram as florestas da Amazônia? Ou esconderá isso? Duas forças atuam nesse processo que constrói a história recente.

De um lado, a maior transparência adquirida com o avanço da mídia. Antes, nem opinião pública havia, e fácil era deturpar o ocorrido. Na cortina de ferro, Stálin destruiu Trotsky, transformando-o de herói em traidor da revolução soviética.

O povo, por bom tempo, acreditou. Do outro lado, opera a incrível capacidade de comunicação de Lula, um encantador de pessoas. Perspicaz, sua lógica política anda impondo sobre a realidade um véu imbecil.

Com estrondosa aprovação, Lula debocha de seus críticos, destrói o argumento, vulgariza o debate nacional. Pai dos pobres. Temo, sinceramente, pelo resultado desse processo de formação da nossa consciência coletiva.

Obstinado em eleger sua candidata, Lula enfrenta a oposição ridicularizando os adversários e fazendo-se dono da história. Mostra generosidade com aliados que antes chamava de canalhas, mas despreza o grande sociólogo com quem panfletou em porta de fábrica.

Lula renega seu passado para não dar a mão à palmatória para FHC. Ingratidão. Sua candidata vai além. Aprendiz da política ilusória, transformou a campanha eleitoral em festival de mentiras: alguém acredita mesmo que Serra quer acabar com o Bolsa Família? Privatizar a Petrobras? Vender o Banco do Brasil?

O Estado policialesco que se descortina permite temer o livro do futuro. O engodo ameaça prevalecer. Até, tomara, ser desmascarado.

*Engenheiro agrônomo, doutor em administração pela FGV

Nota do Blog: Xico Graziano sabe o que está falando, pois conhece o PT por dentro. Foi filiado ao partido nas priscas eras.

Janaína de partida

Perdemos mais uma. A produtora cultural Janaína Medeiros partiu para o andar de cima. Fico triste como todos seus amigos, pela grande figura que era Janaína. Mas deve haver alguma produção imperdível lá no céu, pra ela ter sido chamada às pressas.
E ela se foi enquanto dormia o sono dos justos. Quão justa e leve era a Janaína. Embora, talvez por egoísmo, achamos injusto perder a Jana assim tão jovem. Mesmo sendo esse o ciclo da vida terrena. A missão foi cumprida. As belas lembranças ficam na moldura do tempo. Siga em paz boa menina!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Poema de Carlos Castro Saavedra

O mundo por dentro

Sinto correr rios por minhas veias
e crescer estrelas em minha frente.
Sinto que sou o mundo e que sua gente
habita meus pulmões e ventila as colméias.

Tenho as entranhas cheias de flores
e o sangue dos peixes, na correnteza
que caudalosa e permanentemente
inunda minhas canções e minha tristeza.

Levo por dentro o fogo que por fora
doura os pães, seca a madeira
e produz os incêndios de verão.

As aves fazem ninho em meu pelo
cresce grama em minha pele, como no solo,
e os cavalos galopam em minha mão.


*Poeta colombiano.

Blog da Feira repassa livros no Aberto do Cuca

Representando a Fundação Vingt-Un Rosado, o Blog da Feira está fazendo hoje uma doação de livros da Coleção Mossoroense à Universidade Estadual de Feira de Santana durante o Aberto do Cuca.

A iniciativa, segundo Janio Rego, dirigente do blog, tem duplo objetivo: aproximar intelectualmente duas importantes cidades do interior do nordestino, Mossoró e Feira de Santana; e homenagear a memória do agrônomo e escritor Vingt-Un Rosado, criador da Coleção que tem mais de quatro mil títulos publicados em todas as áreas do conhecimento.

Vingt-un foi também um dos fundadores e diretores da Escola Superior de Agricultura de Mossoró, hoje transformada na Universidade Federal Rural do Semi Árido (Ufersa). Muito do bom!

Pesquisa à brasileira

Quem faz as pesquisas regionais dos grandes institutos de pesquisas nacionais (Ibope, Datafolha,Voz Populi e etc) são empresas terceirizadas nos estados. E nos estados, essas empresas de pesquisas contratadas pelos institutos nacionais geralmente trabalham no cotidiano com os políticos, governos, partidos e casas legislativas das regiões. É aí onde os interesses se cruzam. E lisura pode ser uma ilusão.

Assim se fazem as pesquisas políticas no Brasil.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Edgar Morin e o destino da humanidade em Natal

O sociólogo e antropólogo francês Edgar Morin considerado um dos maiores pensadores de atualidade faz conferência sobre “O Destino da Humanidade” nesta sexta-feira nesta (17), em Natal. A programação está marcada para ás 19h, na Praça Cívica do Campus da UFRN, começando com a apresentação da Orquestra Sinfônica da universidade.

Restaurando o JL


Muito legal essa história de recuperar o estádio Juvenal Lamartine para abrigar os jogos do campeonato estadual quando o ocorrer à demolição do estádio Machadão para as obras da copa de 2014.

Está de ótimo tamanho, considerando que a média de público dos jogos em Natal fica na faixa de 1.500 pessoas. E o velho estadinho tem capacidade para 5 mil. Uma boa repaginada e ficará nos trinques.

Ademais, esse negócio de estacionamento precário que alguns estão falando, pouco significa, pois o moderno estádio Giulitte Coutinho - o Engenhão, construído para os jogos pan-americano no Rio de Janeiro, e que está sendo a alternativa com a reforma do Maracanã, também não tem um bom estacionamento.

Uma boa mesmo. O JL faz parte da história do futebol potiguar.

Fora da cadeira

E a ministra Erenice Guerra acabou deixando o comando da Casa Civil da Presidência da república. Cá pra nós, a situação estava mesmo insustentável, com escândalos familiares de tráfico de influência pipocando para todos os lados. Agora resta a apuração isenta do caso.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Negra melodia

Tenho escutado com certa freqüencia Jards Macalé nas ondas da Rádio Senado - FM106,9. Gosto da música de Macalé.

Tempo nublado

Depois de montar num perfil de estadista, obtendo respeito do cenário mundial, principalmente durante o primeiro mandato, o presidente Lula agora caminha para a vala do chavismo. É uma pena. E um perigo para o Brasil, que, ao que parece, anda a passos largos no rumo da Venzuela.

A declaração do presidente Lula, ao dizer que o “DEM deveria ser extirpado da política brasileira” - mesmo considerando todo o conservadorismo e outras cositas questionáveis do Partido Democratas - tem um quê de autoritarismo, e soa como uma ameaça ao instituto da democracia. Me assusta uma nova ditadura populista no país.

Ah, também essa do nosso presidente mandar a Polícia Federal investigar o novo escândalo das propinas nos corredores do Gabinete Civil, mas, com “ressalvas”, poupando a ministra da Casa Civil Erenine Guerra, que tem o filho Israel Guerra e outros familiares no olho do furacão, soa como piada.

Ou então o “home” quer mesmo subestimar a inteligência nacional e fazer a população brasileira de idiota. E quem se levantar contra vai ser desqualificado pela tropa aliada. Estamos de volta à velha Roma.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Elenco para o Beco da Alma

A seleção dos intérpretes e elenco de apoio para o musical Beco da Alma - texto de Cláudia Magalhães - vai acontecer entre os dias 18 e 22 de outubro de 2010, no auditório Almirante I, do Hotel Rifoles, que fica na Rua Coronel Inácio Vale, 8847 – Praia de Ponta Negra, ao lado da Via Costeira.

As inscrições começam na quarta-feira prosseguindo até o dia 08 de outubro, no Centro Experimental de Pesquisa Teatral, na Av. Hermes da Fonseca, em frente ao Quartel do 16º RI, no Tirol. Atores e atrizes apareçam.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O que me dói

Por François Silvestre
publicado no www.substantivoplural.com.br


Me permita a gramática o pronome enclítico, me permita Vieira o verso frágil, me permita Homero a curta conta, me permita Bandeira o desamor. Me permita Cecília o motivo da rosa, me permita Vandré o esquecer das flores, me permita Cascudo o gesto de amanhecer. Me permita Pessoa a alma pequena, me permita Zé Régio o não vou por aí, me permita Quintana a verdade esquecida. E me permita Dom Miguel de Unamuno, nos versos da dor, substituir sua Espanha. Não me doem as pernas, não me doem os braços, não me dói o coração. É o Rio Grande do Norte que me dói.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Poema de Dante Milano

O amor de agora é o mesmo amor de outrora

O amor de agora é o mesmo amor de outrora
Em que concentro o espírito abstraído,
Um sentimento que não tem sentido,
Uma parte de mim que se evapora.

Amor que me alimenta e me devora,
E este pressentimento indefinido
Que me causa a impressão de andar perdido
Em busca de outrem pela vida afora.

Assim percorro uma existência incerta
Como quem sonha, noutro mundo acorda,
E em sua treva um ser de luz desperta.
E sinto, como o céu visto do inferno,
Na vida que contenho mas transborda,
Qualquer coisa de agora mas de eterno.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Alpha Blondy em Natal


Atenção nação regueira, vem ai uma das maiores expressões da reggae music do planeta. O africano Alpha Blondy pousa pela primeira vez em Natal para um show no próximo dia 16, no Largo da Rua Chile, na Ribeira. Natural da Costa do Marfim, ex-colônia francesa, Alpha Blondy é seguramente uma das vozes mais pulsantes do reggae contemporâneo, com sucessos estourados nos quatros cantos desse mundo velho novo.

O evento terá ainda a presença da lendária banda jamaicana The Gladiators, na estrada há mais 40 anos, atravessando formações e gerações, mas sempre segura no reggae raiz. Ingressos na Chilli Beans, do Midway Mall. A cidade tava mesmo precisando se balançar. Melhor impossível!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Poema de Jarbas Martins

Soneto do verão inaugural

Antes, bem antes que o verão estenda
seus panos nos varais e seus cajus
maturem o vão instante e antes que os
ventos se soltem e cantem a tua lenda,

bem antes que do céu o ouvido atenda
ao grito da gaivota que transluz,
salte o peixe do mar, no ar esplenda
o seu rastro veloz de escama e luz,

possa eu te amar em tua brônzea cama,
em nossas noites de paixão e jogo,
num entregar-se de dunas. sal e fogo,

murmúrios, quietudes, paz e drama,
condenado ao jardim de tuas delícias,
ao inferno (ateu céu), nossas primícias.

Uma nação em perigo

Essa história da Receita Federal fornecer informações sigilosas de contribuintes a terceiros é um perigo para o estado de direito nacional. O governo federal tem o dever que apurar com o fato com rigor administrativo, mas ao que parece a coisa caminha para o banho-maria como de costume nesse país, principalmente, quando os interesses descambam para o lado político.

Quando, certa vez, o general e estadista francês, Charles de Gaulle, afirmou que o “Brasil é um país que não pode ser levado a sério”, nossos patriotas de boteco queimaram ruim. Décadas depois a história vai lhe dando razão.

Prefeitura expulsa jornalistas de reunião

Mais uma da Prefeitura de Natal, que a cada dia vai descendo pelo ralo. Desta vez aconteceu no Salão Nobre (ou pobre) do Gabinete Municipal, quando os jornalistas Antonio Rocha, do jornal Tribuna do Norte, e Zenaide Castro, do Portal Nominuto.com, foram convidados a se retirar de uma reunião com os empresários de turismo da capital para discutir a aprovação da ZPA 7, e a viabilização de uma marina no rio Potengi. Os jornalistas estavam no local como convidados do presidente Conselho Curador do Natal Convention & Vistors Bureau, Fernando Bezerril.

Realmente constrangedor. Mas não é a primeira vez que a prefeitura mete os pés pelas mãos. Aliás, a falta de trato com os jornalistas tem sido uma marca da gestão Micarla de Souza, que por incrível que pareça é diplomada em comunicação social e dona de uma empresa de televisão.

O Território Potiguar é solidário aos colegas jornalistas.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A era Lula

Por François Silvestre
Publicado no “Novo Jornal” de Natal-RN

Não adiantar espernear. Lula configurou uma era, queiram ou não. Diferentemente de JK, está empenhado na feitura do sucessor. Não é o mesmo Lula de São Bernardo, nem da Praça Craveiro Lopes. O Lula do Paço Municipal era outro; que se preparava para ser o exterminador do futuro e ninguém sabia. Só ele e Golbery do Couto e Silva. Nem o cardeal Paulo Arns, conhecedor das conversas do general com o metalúrgico, conseguiu decifrar o Lula daquele tempo. Nem Lula se conhecia.

Como estava dizendo, JK não se interessou pela sorte das eleições de sua sucessão. E esse desinteresse acabou por destruir as aspirações de voltar à presidência. E desaguou na pior de todas as ditaduras, que fez da de Vargas uma imagem pífia.

A desculpa de que Lott não venceria Jânio nem com o empenho de Juscelino, não procede. Mesmo sendo verdadeira a assertiva. O problema residia na escolha de um bom candidato. JK sabia da impossibilidade de ganhar com Lott. Mas poderia ganhar com outro. Inclusive fazer uma aliança com a UDN e impedir a candidatura de Jânio, que era mal visto pelos udenistas não lacerdistas. Lacerda bancou a chapa janista, na convenção. Teve dificuldade. Se o governo dá uma mãozinha, o candidato seria outro. E outro seria o resultado.

Mas JK queria voltar, em 65, como candidato da oposição. Seria imbatível. E praticamente abandonou a campanha. Ele e Lacerda pagaram com preço da morte política.

Lula faz diferente. Aprendeu com a História. Não quer devassa do seu governo feita por governo adversário. Aposta todas as fichas na eleição de Dilma.

A sorte de Lula, no futuro, fora do seu controle, dependerá de Dilma. Ela não me parece uma pessoa conformada em ser a costela de Adão. Leva jeito de dar rasteira até na serpente. Quando estiver naquela cadeira, nêgo se segure. A velha e surrada luta da criatura contra o criador.

Se eu estiver errado, também dependerá dela a sorte de Lula. Precisará fazer um excelente governo, sob pena de jogar nele o desgaste de um governo ruim. E aí será o paraíso desmascarado que expulsará Lula para o ocaso em Node, ao oriente do Éden. Se houvesse bolsa família quando Lula era garoto, em vez de metalúrgico teria sido apenas um cachaceiro de botequim. E o Brasil não teria a era Lula. Essa lição de Laurence Nóbrega é um achado.

Nossa estabilidade social é sustentada na esmola. Um mendigo faz mal a si mesmo. Uma nação mendicante faz mal à humanidade. Nunca sairá da pré-humanidade.

E aceita viver sem educação, sem saúde, sem segurança, sem cultura. As alternativas são desanimadoras. É o passado se oferecendo como opção. Na disputa, não há futuro. É o presente não convincente contra o passado que não convenceu.

Lula aposta no futuro que ele pensa ter edificado matando Getúlio, sepultando Jango e pondo flores no jazigo de Juscelino. Té mais.