quinta-feira, 19 de novembro de 2009

+ 1 poema de Júlio Saraiva

SONETO*

Às vezes sou louça fina,
às vezes barro grosseiro.
Às vezes deito menina
e choro no travesseiro.

Às vezes me acho na esquina,
à caça de aventureiro,
e digo que a minha sina
é dar por qualquer dinheiro.

Às vezes sou Colombina,
cheirada de cocaína
no fogo de fevereiro.

Às vezes sou peregrina,
tão frágil, tão pequenina,
rezando pelo mundo inteiro.

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