quarta-feira, 24 de junho de 2009

Pânico em Mossoró

Sobre a polêmica de Mossoró no Pânico na TV, reproduzimos mais abaixo o texto do jornalista Ailton Medeiros, publicado no seu blog www.ailtonmedeiros.com.br que traduz muito bem o tal embrulho.

Certo é que ninguém é inocente nessa história. A prefeitura quando contratou o pessoal do Pânico sabia muito bem com quem estava lidando. Essa do pessoal "da gente" pousar de inocente não cola. Bom, vamos ao texto do Ailton:

Tempestade de merda

Mossoró, vocês sabem, é considerada a terceira cidade mais importante do Ceará (só perde para a capital, Fortaleza, e Sobral).

Em junho há um evento patrocinado pela Prefeitura com dinheiro da Petrobras chamado “Chuva de Bala”.

O espetáculo, que é encenado ao ar livre, conta como a cidade resistiu bravamente a invasão de Lampião e seus capangas. Tudo de araque, mas quando a lenda for melhor do que o fato, publique-se a lenda.

Para divulgar nacionalmente a festa, a prefeita Fafá Rosado e seu assessor para assuntos aleatórios, André de Paula, decidiram convidar a rapaziada do programa “Pânico na TV” .

O resultado foi ao ar domingo. Nunca na história deste país uma cidade foi tão espinafrada na telinha quanto Mossoró. Ninguém escapou da sanha satírica dos meninos do Pânico: a prefeita, o padre, o juiz e até o coitado do Rei do Cangaço.

O programa, como era de se esperar, provocou debates calorosos na Câmara de Vereadores e na Assembléia Legislativa.

A deputada Larissa Rosado (filha da deputada federal Sandra Rosado) fez um pronunciamento em solidariedade ao povo do município que, como ela disse, “se sentiu agredido”.

Larissa foi aparteada por Leonardo Rosado, deputado e marido da prefeita, Fafá Rosado (lá quem não é pobre, é rosado).

Leonardo repetiu a ladainha de que a intenção era divulgar o espetáculo ”Chuva de Bala” para o Brasil. Seu colega, Fernando Mineiro, considerou o convite um erro.

“Estive em Mossoró na semana passada e quando eu soube que eles [o Pânico] iriam para lá achei uma lástima. Aquilo não é humor. É um desrespeito”, declarou Mineiro que como todo político não suporta humor.

Resumo da ópera: “Chuva de Bala” se transformou numa “Tempestade de Merda”.

Macondo é aqui.

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